“Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia. 
Agora eu sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande 
responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e
 não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se 
extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma 
certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, 
silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.”
Clarice Lispector

