Uma das piores dores que alguém pode sentir não é física. A dor de amor é, ao mesmo tempo, a pior dor e também a mais modificadora. Quando achamos que ela não vai mais estar conosco, lá avistamos a dor de amor a nos espreitar...
Tolos somos nós que um dia chegamos a acreditar que a dor de amor teria partido e que nunca mais voltaria. Ela apenas hiberna e não morre como gostaríamos. E se esse período de hibernação for muito longo, ela volta mais forte - pronta para nos atacar, sem tomar conhecimento de nosso pobre coração.
E por que um dia chegamos a pensar que ela tinha partido, para bem longe, para nunca mais voltar? Afinal de contas, estar vivo é correr o risco de vislumbrar essa dor - pelo menos uma vez na vida! É estar sempre vulnerável ao amor e seus demônios (ou ainda podemos ter aquela visão romântica dos cupidos, tão rechonchudos, singelos e inofensivos?!?!).
Além disso, a dor de amor pode despertar em nós uma tristeza que beira as raias da breguice. E ao pensar nisso, lembrei de uma música dos anos 80. O título não poderia ser mais alegórico.
Love Hurts - Nazareth (Boudleaux Bryant / Felice Bryant)
Love hurts, love scars, love wounds' and most
Any heart not tough or strong enough
To take a lot of pain, take a lot of pain
Love is like a cloud, it holds a lot of rain
Love hurts, oh, oh love hurts
Any heart not tough or strong enough
To take a lot of pain, take a lot of pain
Love is like a cloud, it holds a lot of rain
Love hurts, oh, oh love hurts
I'm young, I know, but even so
I know a thing or two, I learned from you
I know a thing or two, I learned from you
I really learned a lot, really learned a lot
Love is like a flame it burns you when it's hot
Love hurts, oh, oh, love hurts
Some fools fool themselves, I guess
They're not foolin' me
I know it isn't true, I know it isn't true
Love is just a lie made to make you blue
Love hurts, oh, oh love hurts
Oh, oh, love hurts
Embora essa dor não seja algo agradável e muito menos suportável, ela também desempenha um papel crucial em nossas vidas: a função de nos tornar mais fortes e mais atentos em relação a quem entregamos - de bandeja - nosso coração. A dor de amor é algo inevitável que nos encontra um dia - queiramos ou não. Ela não depende de nossa própria vontade para existir ou para cessar de existir. Ela vem sem avisar e vai embora enxotada pelo nosso amor próprio e auto-determinação.
Well, espero que a próxima visita dessa Senhora Dor de Amor não seja tão em breve, já que é preciso se recuperar, curar as feridas, antes de sofrer um novo ataque.