- "Reading is no substitute for action."
- Colleen Wainwrigth
Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive. Ricardo Reis, 14/02/1933
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Pequenas verdades
Perdoar!
Segundo o dicionário, perdoar é: v.t. conceder perdão, renunciar a punir; absolver.
Acho que renunciar a punir é uma ótima definição. Nós renunciamos a punir alguém ao perdoar, sendo essa punição passível de assumir qualquer forma: castigo, agressão física, xingamentos, morte, martírio próprio, isolamento, dentre muitas outras maneiras que o ser humano encontrou de punir o outro e de auto-punição.
Então, a definição da palavra já nos é clara e partimos agora para a prática do perdão. Para mim, a parte crucial e também mais árdua de ser efetivada. Já houve - ou ainda há - para você uma pessoa (quase) impossível de perdoar?? Acho que todos temos alguém em nosso passado, ou até mesmo no presente, ao qual não concedemos o perdão por ser algo muito dolorido, sofrido ou ameaçador.
No entanto, antes do início de qualquer processo de perdão, temos de perdoar-nos. O perdão aos nossos erros, falhas, imperfeições ou algo que julgamos ter feito errado é primordial para que possamos nos liberar de nossos próprios julgamentos e amarras. Só então, estaremos aptos a perdoar o outro - que muitas vezes espera pelo nosso perdão.
Finalmente, precisamos aprender a perdoar-nos urgentemente. As piores cobranças são aquelas que nós mesmo nos impomos. E depois, estaremos prontos para perdoar o outro, desfazer o nó do passado e/ou presente e seguir em frente - mais leves e com a sensação de que fizemos a nossa parte!
Exercitemos o perdão!
sábado, 21 de agosto de 2010
Liberdade!
Fernando Pessoa é ou não é o máximo? Cada vez que eu o (re) leio, ele me parece sempre novo!
Poeta amado que me inspira a pensar e a sonhar também...
E a liberdade é mesmo ma-ra-vi-lho-sa!!! E como ele bem diz isso no poema abaixo... Leiamos:
LIBERDADE
Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Bom finde para todos e todas!
=)
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Devidas explicações...
Meu blog é uma forma de expressão que achei para alcançar pessoas que conheço e também aquelas que não conheço. Sintam-se à vontade para comentar - esse diálogo é sempre saudável!
Quase todos os dias posto uma Quote of the Day porque adoooro! Quero dizer que não quero ser pedante só escrevendo em inglês, mas há coisas intraduzíveis e que soam bem melhor em inglês, mas a partir de hoje, irei postar também em português - nossa língua pátria tão linda, melódica e subjetiva.
E não posto textos todos os dias por simples fatla de tempo! Vou me esforçar mais nesse sentido.
Quero sugestões, críticas, comentários... Tudo é possível!
Uma ótima semana para todos nós porque a seca aqui tá complicada. Dá uma olhada nessa foto:
http://noticias.uol.com.br/album/100816_album.jhtm?abrefoto=31#fotoNav=31
domingo, 15 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
Sociedade Civil
Trata-se do VIOLES - laboratório de pesquisa do Departamento de Serviço Social da UnB. Há um núcleo que desenvolve pesquisas sobre meninos de rua que sofrem abuso ou exploração sexual. O objetivo do projeto é ministrar oficinas para meninos de rua e também fazer um levantamento de dados sobre o assunto.
Confesso que no conmeço pensei que não iria dar conta do recado, mas acabei mudando meus pensamentos e tenho orgulho por ter dado uma pequena contribuição ao projeto. Concluí que a sociedade civil é também responsável por esses meninos - cada um de nós! E é pouco ficar reclamando do governo: temos que fazer a nossa parte também.
Segue abaixo uma reportagem que fala sobre projeto:
Comentários
UnB Agência |
Projeto do Laboratório Violes, formado por professores e alunos de Serviço Social, e UnB Idiomas atende 22 estudantes
Segundo a coordenadora do projeto, Maria Lucia Leal, “articular a ciência com o saber popular é a base de projetos como esse”. Para ela, as aulas não apenas oferecem às crianças a oportunidade de aprender uma língua nova. O contato com os pesquisadores ajuda esses jovens a compreender os próprios problemas e superá-los.
Ao mesmo tempo em que os alunos são objeto de pesquisa, ganham voz e conhecimento para exercer sua cidadania. “Queremos compreender, participar e transformar”, afirma a professora Claúdia Bertolini, da Escola de Meninos e Meninas do Parque da Secretaria de Educação.
A iniciativa de ensinar inglês para as crianças carentes faz parte de uma pesquisa realizada pelo Violes com jovens em situação de risco. Criado em 2008, por causa de denúncias de exploração sexual de adolescentes na Rodoviária do Plano Piloto e no Setor Comercial Sul, o grupo coleta dados sobre a situação das crianças de rua por meio de intervenções sociais. Além disso, o Violes também organiza atividades educativas.
REIVINDICAÇÕES - A proposta de um curso de inglês partiu dos próprios alunos que participam das oficinas do Violes. “Eu fui o primeiro a pedir para a Lúcia colocar inglês no programa”, diz Diogo (nome fictício), um dos melhores alunos da sala.
“Aprendemos o nome de animais e as letras do alfabeto”, comenta o aluno depois do segundo dia de aulas. O menino de 16 anos é morador de rua e participa de várias atividades promovidas pelo Violes, como as oficinas de hip hop.
Para a professora de inglês, Ariane Cieglinski, 34, “os alunos estão evoluindo bastante”. Voluntária do projeto, ela colaborou também na compra dos materiais. Com o apoio financeiro da UnB Idiomas, ela foi para as ruas escolher o material didático da criançada. “Eu me identifico com iniciativas como essas”, diz a docente.As aulas de inglês começaram no dia 7 de agosto e vão até dezembro. A ideia do Violes e da UnB Idiomas é oferecer também um curso de espanhol. A próxima oficina oferecida pelo Violes aos adolescentes será de contação de histórias.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Solitude contente
Com o passar do tempo, acho que de uns 5 anos para cá, aprendi a curtir minha onda de estar sozinha e não me desesperar para encontrar esse alguém especial. Acho que estar sozinha é mesmo ótimo. Afinal de contas, eu sou minha melhor companhia.
Daí, hoje, uma amiga querida me enviou o texto abaixo e achei que tem tuuuudo a ver com esse meu quase-mantra! Espero que vocês gostem!
Solidão contente
Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.
Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.
Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.
Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.
“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.
Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.
Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.
Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.
A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.
A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.
Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?
A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.
Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.
Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.
Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.
Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.
Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.
sábado, 7 de agosto de 2010
Busy people...
E junto disso também me deparei com uma questão: a tecnologia veio para nos dar mais tempo para fazermos coisas prazerosas, para termos mais horas de lazer, para ficarmos de pernas pro ar e tudo isso. No entanto, tem sido assim? Penso que não.
Acredito que quanto mais tempo temos, mais arranjamos coisas para fazer. Veja bem: a vida precisa de pausas. Elas são de extrema importânica e urgência - em alguns casos! É uma questão de higiene mental, corporal, espiritual...
Quantas vezes por semana você tira uma soneca de tarde? Você tem tempo para ir a um médico? Você consegue ficar sem fazer nada produtivo por horas, só sendo você mesmo? É possível para você ter tempo para passar com sua família, amigos ou se engajar em um projeto social? Você pratica algum esporte? Ter tempo para si é condição sine qua non para ter uma vida saudável e interessante - até mesmo para ter uma vida produtiva.
Pense nisso! Eu pensei muito nisso no ano passado e mudei radicalmente meu estilo de vida. Agora a minha resposta para essas perguntas é sim! Ah, e tenho tempo ainda para ir ao salão de beleza também- que ninguém é de ferro! E posso afirmar que tenho tempo sim para curtir a vida e não deixar de lado também minhas responsabilidades.
Então, li esse poema lindinho da Emily Dickson e tudo fez mais sentido ainda!
To make Routine a Stimulus
Remember it can cease --
Capacity to Terminate
Is a Specific Grace --
Of Retrospect the Arrow
That power to repair
Departed with the Torment
Become, alas, more fair -
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Envelhecer
Nesse ano de 2010, completei 35 anos e me veio a cabeça a seguinte frase:"Ai, to ficando velha!". No entanto, não sinto o peso da idade como imaginei que sentiria. Um dia me coloquei as seguintes perguntas: "Com 35 anos, tenho de estar casada?", " E com filhos?", " Terei de ter todas a minhas metas atingidas e sonhos realizados?" ou ainda "Terei de ter encontrado o amor da minha vida?".
Pensando muito mesmo, cheguei à conclusão: não sei a resposta para nenhuma delas! E não vejo nenhum problema nisso. Aliás, vejo um mundo aberto de respostas, tudo ainda está por vir.
E então, me deparei com esse poema de Cecília Meireles:
Retrato
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
Cecília Meireles
E você? Já se deu conta que o tempo passou, mas que vc continua jovem? Eu me considero assim: jovem - em todos os sentidos!
domingo, 1 de agosto de 2010
Vinícius de Moraes
O mês de agosto chega nos lembrando que metade de um ano já passou e só agora nos demos conta! Sendo assim, mudança de mês, mudança de cores no blog.
Os que me conhecem melhor um pouquinho sabem que eu adoro a cor rosa. Acho que além de muito feminina, ela é alegre e jovial. Então, mudo do vinho para o rosa.
Hoje gostaria de postar um poema de Vinícius de Moraes, um romântico inveterado. Aqui não posto nenhum poema de amor, mas sim algo mais existencialista. Espero que gostem:
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo
A oeste a morte
Contra quem vivo Do sul cativo
O este é meu norte
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes
Sejamos assim: sempre nos renovando e buscano o morrer e o renascer!