sábado, 19 de março de 2011

Cora Coralina

Não tinha ainda postado aqui nenhum poema de Cora Coralina, mas hoje me redimo.



Vi há um mês uma exposição sobre Cora e sua vida no interior de Goiás e me encantei com fotos do local onde ela morou e recordações da vida dela, como objetos, cadernos, máquinas de costurar, antigos registros e documentos.

Ela escrevia de maneira muito simples, direta e profunda. Não sei como ela conseguia se expressar tão bem sem usar grandes artifícios métricos ou linguagem rebuscada. 

Bom, vejam por si mesmos!
Meu Destino

Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,

interferindo no teu destino.

Não te procurei, não me procurastes –

íamos sozinhos por estradas diferentes.

Indiferentes, cruzamos

Passavas com o fardo da vida...

Corri ao teu encontro.

Sorri. Falamos.

Esse dia foi marcado

com a pedra branca da cabeça de um peixe.

E, desde então, caminhamos

juntos pela vida...

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