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Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre, RS |
Quem visita Porto Alegre, não pode deixar de conhecer a Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ). O prédio é belo, com 7 andares, e abriga salas de cinema, salas de teatro, biblioteca, galerias, espaços de arte, discoteca pública e 2 cafés maravilhosos. O prédio foi um hotel - o Hotel Majestic - onde Mário morou por muitos anos de sua vida. O antigo hotel ficava na Rua dos Andradas, quase ao lado do jornal onde Quintana trabalhava. E além disso tudo, a entrada é franca para a maioria dos eventos. E possível ir ao teatro e ao cinema por preços módicos. Vale a pena conhecer! E para não perder o costume, aqui vai uma poesia dele, que eu adoro. É singela, porém bem verdadeira. O laço e o abraço - Mário Quintana
Nossa!!! Como é engraçado!... Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita dando voltas? Se enrosca... Mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E na fita que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um pedaço de fita? Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz - romperam-se os laços.- E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor é isso... Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço. |
Oh, quanta saudade!
ResponderExcluirFicou muito oa a restauração do velho Hotel Majestic. E a destinação não podia ser melhor. O nosso querido poeta do Alegrete deve estar contente, esteja onde estiver. Quando estive pela primeira vez em Porto Alegre, pela mão de meu saudoso pai, hospedamo-nos no então hotel, com seu charme de prédio antigo, pé direito alto, acomodações confortáveis. Mas não sabia ser ali a morada do poeta. Conhecia-o do Caderno H, no Correio do Povo. Era ainda um piá, metido a escrever versos e lia os mestres para aprender a arte. Como se depreende, me perdi pelos caminhos da vida e não cheguei a lugar algum. Mas a lembrança é boa. E a poesia, vez por outra abre caminho para a consciência. Mas hoje é amarga, dura, caminha sobre o fio da navalha. Imprópria para seres sensíveis. Melhor que as pessoas sensíveis não a conheçam: não precisam saber de dores e realidades que talvez nunca vivam, e, se viverem, poderão vê-las de uma forma mais leve.