quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Casa de Cultura Mário Quintana


Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre, RS
Quem visita Porto Alegre, não pode deixar de conhecer a Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ). O prédio é belo, com 7 andares, e abriga salas de cinema, salas de teatro, biblioteca, galerias, espaços de arte, discoteca pública e 2 cafés maravilhosos.
O prédio foi um hotel - o Hotel Majestic - onde Mário morou por muitos anos de sua vida. O antigo hotel ficava na Rua dos Andradas, quase ao lado do jornal onde Quintana trabalhava.
E além disso tudo, a entrada é franca para a maioria dos eventos. E possível ir ao teatro e ao cinema por preços módicos.
Vale a pena conhecer! E para não perder o costume, aqui vai uma poesia dele, que eu adoro. É singela, porém bem verdadeira.
 O laço e o abraço - Mário Quintana

Nossa!!! Como é engraçado!...
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas? Se enrosca...
Mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em
qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E na fita que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um
pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz - romperam-se os laços.-
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum
pedaço.
Então o amor é isso...
Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.

Um comentário:

  1. Oh, quanta saudade!
    Ficou muito oa a restauração do velho Hotel Majestic. E a destinação não podia ser melhor. O nosso querido poeta do Alegrete deve estar contente, esteja onde estiver. Quando estive pela primeira vez em Porto Alegre, pela mão de meu saudoso pai, hospedamo-nos no então hotel, com seu charme de prédio antigo, pé direito alto, acomodações confortáveis. Mas não sabia ser ali a morada do poeta. Conhecia-o do Caderno H, no Correio do Povo. Era ainda um piá, metido a escrever versos e lia os mestres para aprender a arte. Como se depreende, me perdi pelos caminhos da vida e não cheguei a lugar algum. Mas a lembrança é boa. E a poesia, vez por outra abre caminho para a consciência. Mas hoje é amarga, dura, caminha sobre o fio da navalha. Imprópria para seres sensíveis. Melhor que as pessoas sensíveis não a conheçam: não precisam saber de dores e realidades que talvez nunca vivam, e, se viverem, poderão vê-las de uma forma mais leve.

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